sexta-feira, 3 de setembro de 2010

(RE)LIDO #24


JULIET NUA
de Nick Hornby, Lisboa, Teorema 2010

Desde "Hight Fidelity" (1995) que temos em Hornby um dos nossos escritores de estimação. Fomos sempre atraídos pelas suas personagens obsessivas, pelas descrições simples mas detalhadas de situações e lugares, pelo crescente enredo ficcional, mas quase real, que nos agarra desde a primeira página. Depois há a música e essa é, sem dúvida, a base do seu sucesso junto da maioria dos leitores. Quem não passou bons momentos ao ver a fabulosa adaptação ao cinema do referido "High Fidelity"? Neste novo romance a música ganha ainda mais importância e actualidade e prova-se que é através dela que o autor se fortalece e inspira. A música e tudo à volta, o que em pleno Século XXI, passa por ligações de rede, blogs, mp3, mails, chats e downloads e nos aproxima duma realidade pela qual, também nós, temos nevegado na última década. Não vamos descrever por aqui a trama que Hornby idealizou, mas basta referir que "Juliet Naked" é um nome de um álbum de um artista imaginário em retiro profissional, para perceber que, a partir deste facto, Hornby escreve um livro que, como sempre, nos empolga e absorve por completo. Pleno, como é habitual, de aspectos autobiográficos, o livro é assim um retrato moderno sobre as relações humanas condicionadas pela Internet e nova comunicação, mas que prova que o amor ou amizade continuam a ser, mesmo assim, os valores mais importantes.
De recomendação
unânime, este foi, juntamente com o último Paul Auster ("Invisível"), o melhor romance lido em tempo de férias.

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