sexta-feira, 15 de junho de 2018

PRIMAVERA SOUND PORTO 2018: UM BALANÇO

















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.  o regresso da distribuição dos horários dos concertos para pendurar ao pescoço. Devem ter sido tantas as reclamações em 2017 que imperou o bom senso;

. a resistência do recinto e, já agora, da organização, ao dia mais que chuvoso de sábado, sem atrasos, constrangimentos aparentes ou situações caóticas;

. a qualidade das casas de banho individuais mistas que permitiram maior fluidez e higiene;

. os Yellow Days, o sol e as canções de embalar;

. o doutorado honoris causa Nick Cave pelas suas boas acções na arte de comandar e hipnotizar com classe públicos rock & roll;

. as agradáveis surpresas causadas pelos Belako, Vagabon ou Ibeyi;

. a feliz ideia de isolar a electrónica tardia no palco Bits - nem lá pusemos os pés - e a nova tenda Radio Primavera com uma onda mais adulta e perfeitamente audível;

. o elevado padrão do giradisquismo do Jamie XX que merecia um saturday night fever e não uma madrugada de quinta-feira;

. a extinção da oferta da sacola/toalha e da consequente correria e mosh aos desgraçados dos jovens distribuidores, sendo substituída por uma bem mais útil tote bag

. a categoria extra-fina do nosso fornecedor de calorias preferido que dá pelo nome de Padaria Ribeiro!


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. o cuidado posto no alindamento do recinto (escadas em relva, fardos de cortiça, paliçadas de madeira a tapar wc's, etc.) que contrasta com as horríveis bancadas tipo "futebol de praia" nas laterais do novo palco "Seat" só para jogar com o "sentado" em inglês! Triste;

. o novo palco, que se tornou um problema e não uma solução e para onde saltaram bandas que mereciam mais respeito, atenção e nobreza. Todas as vantagens dos outros três palcos arborizados que fazem do evento um espaço único são ali, um descampado asfaltado, completamente subvertidos. A diferença é como da água para vinho;

. a insistência no chatérrimo post-rock de Mogway ou quejandos (Explosions in The Sky em edições anteriores) nos palcos grandes que espanta mesmo os mais resistentes;

. uma certa "juvenilização" do cartaz para chegar a mais públicos mas com sérios riscos de derrapagem sem controlo e de que a menina Lorde foi o exemplo perfeito;

. aquele "created in Barcelona" da fotografia acima, aparentemente destinado a assinalar a origem da marca automóvel que pairava numa das laterais do palco "espanhol" e que não nos pareceu nada inocente. Hmmm...;

. a quase sabotagem do excelente concerto de Kelsey Lu à custa da forte batida simultânea de um dos palcos principais mais próximos;

. o reggaeton fora de moda e sem nexo das Bad Gyal em pleno palco Pitchfork no final da noite de sábado e que só pode ter sido uma brincadeira de mau gosto ou uma provocação infeliz;

. a barulhenta brigada inglesa em exagerado estado etílico não respeitando sequer os artistas quanto mais os interessados festivaleiros militantes;

. a raridade do livro programa que não esteve disponível em nenhum lado - tal como o ano passado, parece que só alguns dos "pack FNAC" tem direito ao recuerdo. Custava muito colocá-lo à venda na tenda do mershandising?

. a incompreensível distribuição gratuita por parte do patrocinador de uns enormes guarda-chuvas pretos - não haveria pelo menos uns transparentes? - para levar para o recinto que os contemplados abriram sem respeito pela multidão já mais que molhada, tapando a já difícil visibilidade dos palcos. Provinciano!

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