quarta-feira, 13 de junho de 2018

(RE)VISTO #70
















A HISTÓRIA POR CONTAR DO EURODISCO,
de Oliver Monssens, Arte GEIF/Flair Production/Kaos Films, 2017
RTP2, 12 de Junho de 2018
Aquando dos anos oitenta e na crescente valorização a bandas icónicas dessa altura como os U2, os Smiths, os Waterboys, etc., etc., a sonoridade disco-sound era qualquer coisa assustadora que tinha passado ao de leve lá por casa em pequenos discos de vinil esquecidos em caixas bolorentas guardadas no sotão. Depois de assumirmos que muitas das direcções que a música tomou na década seguinte tinha inspiração variada, incluindo uma matriz disco e electrónica emergente nos anos setenta, acabamos por resgatar parte dessa herança familiar e começar a sério a sua valorização imparável que se mantêm até aos dias de hoje. As investidas no vinil passaram, então, a não deixar para trás nenhum single ou maxi-single de Giorgio Moroder, Donna Summer, Boney M, you name it, umas vezes recompensadoras outras completamente dispensáveis e cuja explosão teve origem na Europa. Para perceber esse legado a RTP2 passou ontem uma excelente introdução ao conhecimento merecido dessa vanguarda europeia num documentário que conta com a contribuição dos próprios produtores, músicos e cantores que em Paris, Munique ou Londres arriscaram um avanço tecnológico e estratégico onde um simples sintetizador acabou por ter papel fundamental na primazia do velho continente em relação à concorrência americana. Sem pretensão exaustiva (falta pelo menos isto!), são ainda ouvidos testemunhos de interessados e amantes deste fenómeno como Dimitri From Paris, François Kevorkian ou Tom Moulton que ainda hoje não dispensam os truques ou ensinamentos aplicados nessa época, um tempo onde os discos de plástico tinham efectivamente, como reafirmado no final, qualquer coisa "dentro", ou seja, verdadeiros sons ou batidas saídas de uma bateria, dos metais ou das cordas dos violinos... E isso é irrepetível e a razão principal para, continuamente insatisfeitos, continuar a acumular, para o bem e para o mal, uma imensidão destas canções em forma de sete ou doze polegadas. Para ver e rever durante os próximos sete dias. Aqui ficam dois must!



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