A vida de Joan Shelley, como a de muitos, mudou significativamente com a chegada do confinamento pandémico. Nem sempre isso significa tempos perdidos ou dramáticos, embora o isolamento físico e os constrangimentos aportem, de forma implícita, algumas agruras mas que o conforto de uma nova vida familiar sobrepôs sorridente - o casamento com Nathan Salsburg, guitarrista e cúmplice de longa data, o nascimento da filha, o retorno à natureza ainda pura que rodeia a casa do Ohio, Kentucky, ao lado dos inseparáveis animais de estimação, são alguns dos motivos e impulsos que, de qualquer forma, alteraram uma rotina cansada de digressões e correrias e afinaram o gosto pelo passado, pelo recato do lar ou pela simples escuta da água do rio a correr. "Like the River Loves the Sea" era o nome do anterior álbum já com perto de três anos...
Em "The Spur", um novo trabalho produzido por James Elkington que recebeu contribuições de Bill Callahan, de Meg Baird, do escritor Max Porter e do marido Nathan Salsburg e que sairá em Junho, há uma dúzia de temas, tapeçarias como lhe chama, que reflectem esse renovado mundo limpo que a colocou a cantar, em primeira mão, para a família as canções que nunca deixou de compor e que teve nos silêncios e contemplações as brisas harmoniosas que ajudaram sempre o sol a furar as nuvens. Aqui fica uma metáfora em movimento dessa nova felicidade senhoril!
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