Para os temas eleitos de ambos os álbuns, Sessa aplicou uma toada de afro-samba muito próprio que a percussão incisiva do baterista e a gentileza da dupla de vozes femininas acentuaram numa onda airosa de tradição mas também de modernidade rítmica. Juntou-se, como se nota em qualquer prévia audição atenta, um jogo linguístico idiossincrático pleno de uma intimidade e uma sexualidade excitantes que muitos soletraram baixinho, deixando que a entoação cantada de Sessa alastrasse na sedução e na beleza do chocalhar esporádico dos colares de conchas agitados pelas parceiras.
No alinhamento couberam ainda duas versões perfeitas dos mestres Cartola ("Acontece", sozinho em palco) e João Donato ("Flor de Maracujá") com que se encerrou um serão calorento que talvez merecesse um espaço mais confortável mas que, mesmo assim, funcionou numa plenitude e partilha saborosas ou não fossem elas fecundadas numa secular e única conexão luso-brasileira. Com este Sessa, a estrela guia dessa amizade continuará bem acesa!
Sem comentários:
Enviar um comentário