Com "Habitat" editado desde o início do mês, foi dele que se fez o alinhamento total de oito temas do concerto da harpista espanhola radicada no Porto desde 2011 e onde têm desenvolvido a pedagogia da harpa mas também a sua exploração sonora, um "desrespeito", como lhe chamaram, que foi notório desde o início com "Nan" ou com "Ismos", transformando o instrumento num emissor de sons por fricção das cordas ou deslizamento de um arco de violino. Esses ruídos, quase abstractos, criaram muitas vezes uma base sonora em loop devidamente acamados para que, então, o dedilhar das cordas produzisse o seu efeito de levitação em tempo real que a plateia, bem composta e curiosa, aplaudiu de forma enérgica.
O resultado foi, assim, pleno, imenso no encher do espaço pela imponência e até estranheza dos efeitos estrépitos como em "Mare" ou pela subtileza de filigrana harmoniosa do derradeiro "Fumo", onde parte da tonalidade dos acordes fizeram lembrar uma guitarra acústica que, por milagre, sugeria estar a ser tocada por outro alguém a que se podia quase somar uma qualquer voz ou refrão de canção. Luminoso!
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