O serão em Coimbra foi, por isso, uma revisitação criativa a esse leque alargado de possibilidades de diálogo a três, permeando destaques aos instrumentos dos seus parceiros em momentos acertados, o que não deixou de permitir apreciar a forma como Frisell toca a sua Telecaster, ora assumindo uma contenção e subtileza nada fáceis ora crescendo para nuances mais efectivas, tal como se deu a ouvir na versão de "You Only Live Twice” de Barry.
A respiração que se sentiu entre notas e trechos, longe de virtuosismos exagerados, desconstruindo as melodias em renovadas abordagens, encerra ao vivo desafios para ouvintes e espectadores que
a plateia, mais que adulta, absorveu na perfeição - saber ouvir, saber escutar ou saber esperar, permitiram uma outra dimensão e que se traduziu por, simplesmente, saber descobrir. A viagem foi, por isso, de recompensa suspirada e aplaudida de pé, ou não fossem estes momentos, em tempos de imediatismos, de uma raridade e magia incontornáveis.
Sem comentários:
Enviar um comentário