segunda-feira, 4 de abril de 2016

DEAD COMBO e AS CORDAS DA MÁ FAMA, Casa da Música, 2 de Abril de 2016

Fotografia de Paulo Homem de Melo / Glam Magazine














Depois de cidades como Lisboa, Ponta Delgada, Guimarães ou Évora, a chegada a bom Porto do espectáculo dos Dead Combo e As Cordas da Má Fama estreado em 2015 mereceu casa cheia e expectativa elevada. Continuamente inquieto e permeável e na sequência da anterior experiência com o grupo de metais da Royal Orquestra das Caveiras que deu direito até a gravação de um DVD, o duo lisboeta mudou de flanco e a jogada envolve agora um trio de cordas para, supostamente, desconstruir os temas originais. Cenário a rigor - um género de tasca-chique onde as mesas são efectivamente servidas de bebidas o que inclui os próprios músicos, obviamente - questionamos várias vezes ao longo do serão se todos estes apetrechos, o cenário e o tal trio, serão necessários para que a música dos Dead Combo alcance o seu efeito reconhecidamente vibrante. Há muito que viajamos com eles por "paisagens" de cowboys, ruas estreitas e pregões de varinas ou fadunchos de esquina e palito na boca, uma "cinematografia" que rapidamente ganhou fama e traquejo e que Tó Trips e Pedro Gonçalves não dispensaram de vincar na primeira meia-hora do serão em pedaços magníficos raçados de fado como "B.Leza" ou "Esse Olhar Que Era Teu". Quando se juntaram os tais mal afamados não foi fácil, confessamos, "engolir" a receita embora os últimos discos contenham já uma multiplicidade instrumental e sonora que reinventa sem contemplações alguma da rudeza de há dez anos atrás. Tal como uma afamada infusão, a "coisa" lá se foi entranhando mas o entusiasmo da plateia só mesmo no encore arribou em força talvez porque, sem bebida por perto como alguns privilegiados, a "cura" demorasse mais tempo a aportar...    


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