Em quase uma década de actividade artística os norte-americanos Wume registaram apenas três álbuns de originais. sendo o último do ano passado. Certo é que a aparente míngua de discos é refutada por uma contínua carreira ao vivo que, finalmente, chegou ao sítio e hora certas - público interessado, som de eleição e um duo disposto a impressionar pela novidade e experiência instrumental de uma bateria e um sintetizador em desafio aprumado e improvisado. Nos variados e surpreendentes trajectos de ritmo usou-se uma energia renovável e limpa de resíduos permitindo uma vibrante e saudável viagem, como notado, entre arvoredo frondoso e refrescante... como a música!
São muitos os exemplos vindos de África em que a afirmação artística colide com um qualquer regime político desinteressado em mudanças. Na Somália dos anos oitenta o burburinho causado pela Dur Dur Band levou à debandada arriscada dos seus elementos para territórios europeus, criando nostalgias e pesquisas sobre a sua música que a era digital acelerou num digging contínuo sobre o afro-funk ou o disco beats. Desde a entrada em palco, foi esse sabor retro dos arranjos e instrumentos que arrebanhou os resistentes para a dança e a interacção com a vocalista-mor ou restantes parceiros, um toma-lá-dá-cá de bonomia natural e desafiadora. Como baile de final de tarde e de festa. não se podia pedir melhor...
Apesar de não ser um concerto mas na qual a música e o ritmo tiveram um importante papel, deixamos algumas imagens da memorável perfomance acrobática "La Spire" entre azinheiras, barulhos de avião e muitos, mesmo muitos, suspenses e suspensões. Espantoso!
Sem comentários:
Enviar um comentário