Neste pontapé de saída da digressão europeia não pode haver reparos. Sem refreios, sem falhas, sem mácula, o quinteto mostrou um intenso treino de quem já parecia andar há semanas na estrada, mantendo a prestação em elevado e constante nível. A motivação, de ambos dos lados da contenda, permitiu que a maioria das mais de vinte canções eleitas para o alinhamento se fizesse acompanhar de um coro colectivo treinado nos refrões e no gingar das ancas, sendo a experiência repetida de levar com "The Look" nas filas da frente um tumultuoso abanão terapêutico que se aconselha sem rodeios ou reservas.
Realce ainda para o saboroso permeio sonoro de efeitos electrónicos mais antigos como "Boy Racers" ou "Lying Low", tendência que Joseph Mount sempre assumiu como fermentadora de um portefolio diverso que se estende ao nu-disco ou à new-wave, e que teve um culminar inesperado já no encore quando soaram frenéticos "Back on the Motorway" e o inicial e vintage "You Could Easily Have Me" a fazer lembrar um serão antigo em formato clubbing. Fantástico metrónomo!
Para aquecer a plateia compareceu a jovem Grove que, literalmente, cumpriu o desígnio para que foi anunciada. Descontrair não é o mesmo que entreter e não demorou muito para que os hipnóticos beats e sub-graves pré-gravados acelerassem corrupios e palmas a partir de uma mão cheia de temas de rimas militantes e até ingénuas mas que não deixaram pousar a indiferença. Só bom groove!
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