Foi com o álbum "An Ode To Escapism" de 2020 que ficámos a conhecer a Ghost Funk Orchestra. A partir daí, tornou-se um sacrilégio não passar a acompanhar qualquer produção do colectivo de Nova Iorque que a Colemine Records acolheu de braços abertos tendo em conta a fusão de funk, claro, surf rock e psicadelismo que desagua em tão milagrosa hibridez soul-groove. Na nascente está a persistência do multi-instrumentista Seth Applebaum que, na guitarra, se junta ao seu irmão Julian e a mais um punhado de músicos e um trio de cantoras irrequietas. Em disco e, certamente, ao vivo o resultado é poderoso.
A odisseia, que afinal tinha já um prévio e obscuro álbum de estreia ("A Song For You", de 2019, reeditado em 2023), continuou forte e segura em 2022 com "A New Kind of Love". Nele mergulhou-se ainda mais num experimentalismo exótico pleno de colagens, ditas, impossíveis de salsa, easy listening ou rock e que em breve terá mais uma previsível maravilha conceptual de longa duração - chama-se "A Trip To The Moon" e nela os temas, que se interligam por verdadeiras transmissões da nave Apolo nas diversas missões lunares, escondem um enredo que imagina e inventa a história de uma mulher presa na Terra pelo seu companheiro astronauta e a sua amargura quanto ao desfecho do seu desejado regresso...
Para que se tire a prova, deixamos uma sessão matinal para uma revista americana já com um par de anos e a dose dupla de avanço do novo álbum que terá edição já na próxima semana. Não são conhecidas, até agora, visitas ou digressões pela Europa, pelo que seria de bom tom que, em estreia, se fizesse aterrar a Ghost Funk Orchestra lá para o fim do verão num relvado minhoto, de preferência, soalheiro. Seria, garantido, uma trip solar!
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