O anfitrião recebeu os convidados com "Always", tema do mais recente e um pouco mais dorido disco "The Candle And The Flame", onde a doença da esposa se transformou numa prova de amor de chama eterna, mas não demorou a que pérolas mais antigas se fizessem notar - "Spring Rain", "Darlinghurst Nights" ou o tocante "Dive for Your Memory" haveriam de ir pontuando o serão com um sibilino soletrar colectivo das líricas, uma prova da eficácia com que Forster conta histórias, acentua lamentos ou confessa perdições. A inata capacidade para alinhar as palavras ou versos continua imparável, como o provaram novos temas de acentuado brilho como "I Don't do Drugs, I do Time", "Tender Years" ou a maravilha "Life Has Turned the Page".
O apogeu, como sempre, estava reservado para a trilogia inevitável "Here Comes the City" x "I'm Allright" x "Surfing Magazines" sem sequer sair do palco, um género de encore sem encore mas que haveria mesmo por acontecer perante o aplauso dos amigos ainda insatisfeitos - "Rock 'N' Roll Friend" serviria, pois, como despedida mas também como renovado abraço forte de amizade.
Confirmado, mais uma vez, o domínio da guitarra e das suas investidas, mesmo que o grau de eficácia se tenha notado menos efusivo e brincalhão, talvez explicado por um cansaço indisfarçável de uma digressão já com um mês e que só terminaria no dia de ontem. Entre comboios, hotéis e preocupações, há, mesmo assim, sempre tempo para relatos diários de acutilância imperdível. A noite portuense, segundo o próprio, foi cinco estrelas... galicia. Cheers, amigo, ainda e sempre, rock' 'n' roll!
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