quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
KURT VILE, Maus Hábitos, 8 de Dezembro de 2009
O primeiro concerto da digressão europeia de Kurt Vile teve nos Maus Hábitos um arranque exemplar. Apesar do pouco público e dalguns problemas técnicos, o trio em palco, acabadinho de aterrar no Porto vindo de Filadélfia, demorou um pouquinho a carburar. Kurt Vile, figura de longo cabelo que lhe tapa a cara enquanto canta, começou sozinho sobre um beat pré-gravado, num exercício, como confessado, de aquecimento. Juntaram-se a ele, logo depois, os restantes cúmplices, que em anteriores digressões se chamavam The Violators. Um guitarrista de serviço (Jeff Zeigler?), que tocou também saxofone (intenso em “Freak Train”) e uma improvável, mas charmosa, harmónica, particularmente vibrante em “Freeway” do álbum “Constant Hitmaker” (2008). Um baterista que em alguns temas teve a concorrência simultânea duma frenética caixa de ritmos, usando por isso uns enormes auscultadores de forma a ouvir-se a si próprio. Resultado: uma mistura eléctrica de My Bloody Valentine ou Stooges, algo surpreendente para duas únicas guitarras e sem qualquer baixo, mas a que se adiciona uma suave componente folk quase impreceptível. O álbum "Childish Prodigy", lançado pela Matador em Setembro, é o espelho desta fórmula e de que "He's alright", que terminou o concerto, é um notável exemplo de perfeição. Uma noite que confirmou Kurt Vile como um compositor e músico em ascenção, momento que os poucos corajosos presentes se gabarão, um dia, de ter presenciado.
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1 comentário:
"Uma noite que confirmou Kurt Vile como um compositor e músico em ascenção, momento que os poucos corajosos presentes se gabarão, um dia, de ter presenciado."
foi exactamente com esta sensação com que saí do concerto.
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