FOOL THE WORLD – THE ORAL HISTORY OF A BAND CALLED PIXIES
de Josh Frank e Caryn Ganz. Londres, Virgin Books, 2008
Inicialmente publicado nos EUA em 2006, este livro suscitou imensa curiosidade do lado de cá do Atlântico, terra onde os Pixies foram, desde o início, muito bem recebidos. Não é estranha, assim, a sua posterior e aclamada edição europeia. Trata-se de um projecto co-escrito durante quatro anos por dois fãs confessos da banda, que traça o percurso mirabolante desde os anos 80 até à reunião de 2004. Uma jornada de vida e morte de um dos grupos mais influentes da história recente do rock e que, ainda hoje, serve de inspiração a tantos e diferentes músicos. A fórmula encontrada para o efeito é, no mínimo, especial: recolher testemunhos na primeira pessoa de um conjunto diversificado de intervenientes activos ou passivos no processo de crescimento dos Pixies – amigos, produtores, agentes, designers, fotógrafos, jornalistas, familiares, fãs, etc., mas, acima de tudo, dos quatro músicos. Desde o início que ficamos agarrados à narrativa informal e sincera que envolve a formação da banda em Boston, as primeiras gravações, o contrato com a editora 4AD ou a explosão de sucesso na Europa. Os quatro álbuns entretanto gravados são dissecados ao pormenor, com aquelas anedotas e historietas contadas pelos seus principais agentes – quem grava, quem produz e quem, obviamente, cria e toca. Notória, ao longo do livro, a tensão entre Charles Thompson/Frank Black vs Kim Deal, que levou, em 1993, à separação, apontada na altura como definitiva. Curioso, a este propósito, os pormenores da digressão com os U2, opção que ajudou, involuntariamente, à desintegração e desmotivação da banda. A reunião de 2004 e posterior digressão, que tivemos a felicidade de ver num fim de tarde de Junho num SBSR junto ao Tejo, confirmaria o grupo como intemporal. No Festival de Coachella de 2005, perante 50 mil jovens em delírio e que no período áureo dos anos noventa ainda eram quase bébés, permitiu à banda, segundo os relatos, deitar para trás das costas as animosidades e receios. Os Pixies confirmavam o seu insuperável estatuto de genialidade que ainda hoje faz mossa.
Um livro sem rodeios, sem extravagâncias, mas de uma rara humildade e sinceridade, à semelhança, alías, da própria banda. Obrigatório ler.
de Josh Frank e Caryn Ganz. Londres, Virgin Books, 2008
Inicialmente publicado nos EUA em 2006, este livro suscitou imensa curiosidade do lado de cá do Atlântico, terra onde os Pixies foram, desde o início, muito bem recebidos. Não é estranha, assim, a sua posterior e aclamada edição europeia. Trata-se de um projecto co-escrito durante quatro anos por dois fãs confessos da banda, que traça o percurso mirabolante desde os anos 80 até à reunião de 2004. Uma jornada de vida e morte de um dos grupos mais influentes da história recente do rock e que, ainda hoje, serve de inspiração a tantos e diferentes músicos. A fórmula encontrada para o efeito é, no mínimo, especial: recolher testemunhos na primeira pessoa de um conjunto diversificado de intervenientes activos ou passivos no processo de crescimento dos Pixies – amigos, produtores, agentes, designers, fotógrafos, jornalistas, familiares, fãs, etc., mas, acima de tudo, dos quatro músicos. Desde o início que ficamos agarrados à narrativa informal e sincera que envolve a formação da banda em Boston, as primeiras gravações, o contrato com a editora 4AD ou a explosão de sucesso na Europa. Os quatro álbuns entretanto gravados são dissecados ao pormenor, com aquelas anedotas e historietas contadas pelos seus principais agentes – quem grava, quem produz e quem, obviamente, cria e toca. Notória, ao longo do livro, a tensão entre Charles Thompson/Frank Black vs Kim Deal, que levou, em 1993, à separação, apontada na altura como definitiva. Curioso, a este propósito, os pormenores da digressão com os U2, opção que ajudou, involuntariamente, à desintegração e desmotivação da banda. A reunião de 2004 e posterior digressão, que tivemos a felicidade de ver num fim de tarde de Junho num SBSR junto ao Tejo, confirmaria o grupo como intemporal. No Festival de Coachella de 2005, perante 50 mil jovens em delírio e que no período áureo dos anos noventa ainda eram quase bébés, permitiu à banda, segundo os relatos, deitar para trás das costas as animosidades e receios. Os Pixies confirmavam o seu insuperável estatuto de genialidade que ainda hoje faz mossa.
Um livro sem rodeios, sem extravagâncias, mas de uma rara humildade e sinceridade, à semelhança, alías, da própria banda. Obrigatório ler.
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