Sim, sim, e sacrilégios bafientos aparte, a única data portuguesa da tournée europeia foi aproveitada por uma bem preenchida plateia mas, caramba, merecia lotação esgotada! Logo ao primeiro impacto de um groove prontamente instalado, já um solo de bateria de outro mundo tinha permeado uma cumplicidade flutuante que se estendeu a temas de Ornette Coleman ("Times Square") e, pareceu-nos, Lou Reed ("Chelsea Girls"?) ou a um sugestivo gospel onde Greg Lewis retirou do teclado vintage de madeira uma distorção abençoada e tenebrosa.
O jogo instrumental do trio, só ao alcance de músicos desta tarimba, mereceu sempre um comando do mestre da guitarra sem que, contudo, essa supervisão se tivesse assumido como uma liderança sobranceira mas sim numa comunhão monumental e espiritual de raridade notória e, por isso, única. Sem disco gravado, foi essa dádiva complementar que um amigo, em conversa no átrio já depois do final, pediu a um Ribot bem disposto e resignado - "I should do that...". Vamos ficar, em pulgas, à espera!
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