Temos dúvidas se o que se ouviu se poderá chamar folk. Também não vemos razões para que isso não aconteça, até se atendermos a que June Tabor revela ser uma das principais referências de Walker. Talvez a crueza dos temas do referido disco, despidos de alguns dos arranjos subtis, e de outros mais antigos se afigure um género de banda sonora sombria de histórias de desespero a que a cadência dos acordes acentuou no lamento mas também no evidente fascínio.
Notou-se bem essa tensão silenciosa da plateia empenhada na partilha da travessia, um tempo que sugeriu ser de outrora mas que tem o peso dos nossos dias, ora tristes ora luminosos, sempre completos. Só pela experiência dessa plenitude, vulnerável e encantada, tamanha prestação revelou-se de compensação abençoada.
(19 de Maio de 2023: video removido a pedido do artista)
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