Ao fim de longos onze anos de silêncio, é amanhã publicado pela Bella Union o trabalho "Albion" em nome de Harp, o cognome que assumiu para um regresso desejado, onde o potencial de compositor se afirma pleno, imenso e, desde já, clássico em volta de um sonho - a velha Inglaterra da Idade Média e da Renascença numa visão aportada da música inglesa dos anos sessenta e setenta mas que deixa, logo à primeira audição, rastos nos australianos The Church, nos Cocteau Twins e nos The Cure que recebeu como conselho prévio.
Na companhia da esposa Kathi Zung, instalou-se na Carolina do Norte para germinar uma inspiração de conceito negro, onde a poesia e a literatura se confundem com o amor ou a condição humana - o tema "Daughters of Albion" advém de uma elegia de William Blake (1757-1827) ou "Herstmonceux”, canção que remata o disco e que recebeu título depois de uma visita a um castelo medieval de East Sussex no sudoeste britânico.
O caminho foi, sem dúvida, longo e acidentado mas o resultado eleva-se a uma sublime ode sonora de grandes guitarras e melodias a lembrar, como não, os iniciais Midlake, os de travo sonhador e misterioso. Um graal para os sentidos!
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