Pairou, assim, uma tensão, uma corrente de vibração contínua que o excelente som de sala realçou de forma apreciável e rara, sonoridade cujo comando, ora subtil ora impositivo, se diluiu a partir da execução da bateria que McCraven domina e espraia de forma diligente e fina e que, sem querer, nos fez muitas vezes distrair quanto à qualidade dos instrumentos complementares. Não foi o caso do penetrante, inusitado e longo solo/jogo de baixo introdutório à maravilhosa "Dream Another", uma daquelas peças que, antes de o ser, já era um clássico de jazz dito de câmara. Inesquecível.
Ao público, que preencheu dois terços da sala, restou adivinhar os melhores momentos para ir aplaudindo o fortúnio sucessivo e que o único encore haveria de acentuar com a interpretação de um prometedor e envolvente novo tema magistralmente permeado a "This Place That Place" com que se deu findo o recital. Ovação de pé instantânea e merecida para um concerto que não vai ser fácil de destronar do pódio de melhores do ano!
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