quinta-feira, 11 de julho de 2013
(RE)VISTO #49
VIOLENT FEMMES - NO, LET'S START OVER
EU: Universal Music Group, DVD, 2006
Na primeira metade dos anos 80 houve uma série de bandas pelas quais suspiramos fundo ver ao vivo, embora tamanha aspiração fosse na altura muito difícil de concretizar. Ele era os New Order, os Smiths, os U2 (a vinda a Vilar de Mouros em 1982 não vale...) ou os Violent Femmes. A k7 do álbum homónimo rodava a toda a hora no pequeno rádio leitor, um estouro sonoro onde era difícil escolher uma canção preferida e que durou anos em top's radiofónicos, matinés dançantes ou concorridas festas de garagem. Ainda hoje, como muitos, sabemos de cor as letras das canções e todos os seus tiques instrumentais mas só muito mais tarde tivemos oportunidade de os comprovar ao vivo. Não temos ideia quando se deu a estreia de Gordan Gano e companhia por terras lusas, mas o que é facto é que houve um período que a banda quase podia ter alugado casa por cá! Nessa onda, foi numa noite de Dezembro de 1999 que num coliseu do Porto a abarrotar acabamos por concretizar a tal antiga aspiração a que se seguiu, pelo menos, mais uma noite de queima. Aliás, a banda deve ter um recorde de presenças nas festas estudantis difícil de bater, de Lisboa a Coimbra, do Porto a Braga. Contudo, do que recordamos, a sensação de alguma frustração percorreu ambos os espectáculos, não uma completa desilusão pois as canções que queríamos ouvir acabaram naturalmente por ser tocadas, mas... A esse travo de insatisfação correspondia uma nítida falta da frescura rock a que sempre associamos o grupo, embora o prazo de validade dos seus hinos se mantenha intacto. O concerto captado em 24 de Outubro de 1984 no Lyceum Theatre de Londres reproduzido neste DVD, confirma que os verdadeiros Violent Femmmes eram mesmo um caso sério de originalidade sonora, uma irresistível receita que demorou a entranhar-se mas quando o conseguiu fazer foi para todo sempre. Há neste documento provas mais que suficientes dessa intemporalidade, embora as imagens ao vivo sejam de vez em quando interrompidas por algumas sequências preparadas previamente onde se pretende contar histórias a partir das líricas, uma tradição de época compreensível mas a que hoje podemos chamar ridícula. Mesmo assim, este é um documento recomendável e, principalmente, saboroso.
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