segunda-feira, 8 de julho de 2013
REVISTO #48
THE STONES IN THE PARK
Direcção de Jo Durden-Smith e Leslie Woodhead
Londres: Granada Ventures, DVD, 2006
Ao fim de 44 anos os The Rolling Stones voltaram ao Hyde Park de Londres no sábado passado para um concerto onde estiveram 65.000 pagantes, número nada comparável às 250.000 almas (há quem afiance o dobro) que a 5 de Julho de 1969 ali se concentraram num sábado soalheiro para assistir de borla ao regresso da banda aos palcos. Brian Jones tinha falecido dois dias antes e, por isso, percebe-se melhor o ajuntamento e as homenagens então preparadas, onde Jagger leu parte de um poema de Percy Bysshe Shelley e se largaram, entre controvérsias várias, milhares de borboletas. O recém recrutado Mick Taylor estreava-se de fininho num palco ao lado de Richards e Wilmann nas guitarras (sábado voltou para tocar em "Midnight Rambler") e o som, apesar de restaurado para esta edição, não disfarça alguma carga roufenha e até fora de tom, o que até será compreensível para uns Stones, na altura, parados há meses e, em momento delicado, a apresentar pela primeira vez algumas novas canções. Mesmo assim, a patine colorida deste filme gravado pelo canal inglês Granada/ITV, só emitido no país dois meses depois, acaba por lhe dar uma aureola de época perfeita, um excelente retrato sócio-cultural de uma Inglaterra em choque de costumes e modelos mas ainda assim a manter alguns pergaminhos ecológicos e ambientais - assinalável a preocupação dos organizadores com as árvores do parque à custa das muitas pessoas nelas empoleiradas e a visível campanha de recolha de lixo pós-concerto a troco de um álbum do grupo... Estranha-se, ou talvez não, o bizarro contrato com os Hells Angels para a segurança da coisa mas o filme é percorrido por uma inesperada "calmaria" da multidão e uns Stones em recolhimento, muito longe das posteriores euforias ao vivo. Um documento notável, incomum mesmo nos grandes planos e outros efeitos e, o que é raro, autêntico. Aqui fica um edit (parece que durou quase 20 minutos) do irrepetível afro "Sympathy For the Devil" com que se encerrou a celebração e, se repararem bem aos 9:35, vejam lá quem também não ficou em casa!
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