Fotografia: facebook do Auditório de Espinho |
Tratou-se, afinal, de escolher temas de abrangência diversa e salutar arranjados, na sua maioria, pela mão de Laginha, desde canções tradicionais ou populares portuguesas, a originais nada óbvios de Sérgio Godinho ou Zeca Afonso e até um "Cherokee Louise" de Joni Mitchel. A todos correspondeu um valioso esforço de arejamento e novidade de uma orquestra de jazz voluntária e de calibre notório que cedo se revelou à altura do desafio de preencher expectativas e confirmar um envolvimento depressa sufragado e aplaudido. Pena que, ao acerto da acústica e ampliação de tantos instrumentos e variações, não tenha correspondido igual nitidez da excelente voz de Cristina Branco, um percalço que julgamos se iria resolver aos poucos mas que, infelizmente, se manteve sem alteração até ao final.
O sacrilégio foi particularmente notório em "Às Vezes Dou Por Mim", canção nobre e obrigatória do reportório de Branco, a única dessa proveniência directa, mas que ali saiu abafada por um nível estranhamente ainda mais baixo sufocado pela orquestra, escondendo a excelente lírica de André Henriques e toda a sua beleza. Valeu, para compensar, o solo brilhante de um dos saxofonistas, entremeando um alongamento notável de uma excelente canção e que, por si só, valeria a noite dirigida musicalmente e de forma alternada por Daniel Dias e Paulo Perfeito. Para eles os nossos sinceros parabéns extensivos aos seus valiosos pupilos!
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