A reunião destes sete músicos de uma só vez afigurava-se rara mas, acima de tudo, desafiante para uma plateia que ocupou um pouco mais de metade das cadeiras, uma imensidão desnecessária que talvez a sala mais confortável e acolhedora do piso de cima se prestasse a um melhor desempenho. Na primeira parte, a frieza consequente demorou a dissipar-se com o quarteto "Pacífico" a tocar os quatro temas iniciais do referido disco e onde o saxofone de Ricardo Toscano se mostrou o mais irrequieto e descontraído de uma sequência demasiado cumpridora dos originais. Nada a dizer da sua irrepreensibilidade, mas isto do jazz ao vivo nem sempre é formalidade.
O concerto alterou-se depois, cresceu, com a entrada do quarteto "Abissal" para se juntar numa primeira vez aos restantes pacíficos, um momento intenso na inusitada e gostosa sonoridade conjunta que, suspiramos, se podia ter prolongado bem mais um pouco. Quando, novamente, todos se reuniram para uma fenomenal recreação final de um original de Coltrane, um dos muitos heróis de Barreiros, as palmas obtidas bem que podiam se ter estendido fortes no apelo a um encore que merecia ter acontecido - um "podemos ficar até às tantas" ainda foi atirado nos agradecimentos - mas a maioria pareceu já satisfeita com o instrumental apresentado e a sua inquestionável qualidade. Faltou, mesmo assim, um mergulho refrescante no mar do improviso e da surpresa..
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