A notabilidade profissional de Kassin como produtor de uma imensidão de músicos e bandas brasileiras não o tem impedido de arriscar no registo das suas próprios canções de forma descontraída tal como acontece no último "Relax" de 2018. Há por lá, como notado, uma envolvente combinação de géneros de absorção muito própria e onde os traços de disco-funk ou de tropicalismo se cruzam numa produção sem mácula e saborosa. Mas, sim, sim, há sempre uma qualquer conjunção coordenativa para chatear, nota-se a restrita capacidade vocal que o trabalho de estúdio acaba por acertar e a que alguns acrescentam ainda a aparente pobreza lírica, um mundo muito próprio de absurdez ou infantilidade que tem tanto de criticável como de irresistível.
Ao vivo, mesmo com um brilhante combo instrumental e um som de sala de calibre certeiro, foi fácil detectar essa óbvia lacuna da voz mas que, verdade seja dita, nunca se tentou disfarçar - "Mundo Natural" e "Lin Quer" foram, a esse nível, os exemplos (im)perfeitos dessa atitude - num alinhamento com escolhas alternadas de "Sonhando Devagar" (2011) e do já referido "Relax" e cujo tema-título culminou da melhor forma a saída de palco, antecipando um encore em cheio com "Água" e "Ponto-final", agitadores de corpo antigos que mereciam bailarico e ginga ritmada. Palmas, essas pelo menos não faltaram.
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