fotografia: facebook da artista |
A conjunção adversativa poderá parecer um capricho destoado mas, lá está, se há falhas a apontar a tamanha perfeição é, precisamente, a falta que fez alguma rudeza e sujidade que, às tantas, nunca transpareceu nas canções que Obel foi compondo há mais de uma década e a que nunca deixamos de deitar atenção agradável. Demasiada nivelada, demasiado metronómica, a música do ensemble resultou num serão exemplar de irrepreensível capacidade técnica, praticada e tocada todas as noites, sem desvios, nos últimos meses e a que corresponde, certamente, um esforço de ensaio e concentração notáveis.
Quando, já no encore, Obel interpretou sozinha "It's Happening Again" sentado ao piano grande com o restante trio na ajuda a capella, o concerto ganhou uma abertura, um feixe de luz, um contraste de brilho ainda maior que não precisava de imagens de fundo para se fazer diferenciar e notar. Quer pela melancolia espalhada, quer pela desconformidade saborosa que pairou nesse momento, esse estorvo e desalinho fez-nos suspirar por uma próxima visita deste verdadeiro anjo dinamarquês... mas sem companhia, a não ser a da sua voz e piano!
Sem comentários:
Enviar um comentário