A inspiração é assumida no semelhante "Tumble Tee", disco de outra Laura, Laura Veirs, gravado em 2011 com uma série de tradicionais americanos da folk e em honra ao nascimento do primeiro filho da norte-americana. Uma sande de manteiga de amendoim, sapos salpicados de verde, patinhos ou uma baleia branca bebé, são os motivos de algumas das histórias que se contam, cantam e tornam a (en)cantar todas as idades...
segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
LAURA MARLING, A HORA DO (EN)CANTO!
ADRIAN CROWLEY, ALEGRIA MEDIDA!
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Fotografia: Mathieu Zazzo |
O disco marca a estreia de uma nova editora parisiense, a Valley Of Eyes Records, e terá saída a 7 de Fevereiro, a que se segue, em Março, digressão pela Europa que se espera alcance palcos e cidades ibéricas. Para além dos nomes citados, Crowley reuniu uma série notável de participantes colaborantes como o trio de cordas Cora Venus Lunny, Maria Ryan e Mary Barnecutt e a escritora argentina Mariana Enriquez, autora de uma biografia a incluir no booklet.
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
SINGLES #57
França: Barclay, 602016, 1974
Da série, iniciada o ano passado, referente a "canções de Natal a quem ninguém liga nenhuma", ora aqui está mais um misterioso acaso. Sobre um desconhecido Franck Lester não há vestígios nem sinais detectáveis, embora esteja mais que confirmada a sua artística ascendência francesa - o tema de Natal que dá motivo à recreação é "Il Est Né le Devin Enfant", hino secular com origem no século XIX algures na Lorena e já com centenas de versões de gente tão diferente como Tino Rossi, Mireille Mathieu, Annie Lennox e até os Siouxie And The Banshees!
O disquito com cinquenta anos faz, de início, uso dessa canção popular para depois se esticar numa correria rock FM que culmina em "We Wish You A Merry Christmas", outro clássico da época. A letra é do melhor, com pérolas do género "they gave him a name / and they call him Jesus / but if he born in the USA / with rock & roll / he will leave the way". Nada católica, a coisa soa, assim, tão má que é tão boa. A versão instrumental então...
[aos prezados ouvintes, apresentam-se desculpas pela deficiente qualidade da captação video]
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
SONDRE LERCHE, CUMPRE-SE A TRADISOM!
FIONN REGAN, PRIMAVERA EM DEZEMBRO!
A juntar ao magnífico pecúlio reunido em "O Avalanche" de Fionn Regan, um dos álbuns do ano aqui pelo domicílio, dá-se a ouvir o inédito e primaveril "June Song", tema novo do músico irlandês.
São desconhecidos pormenores da canção, mas deverá ser resultado da mesma estadia por Maiorca onde compôs a maior parte do referido disco. As imagens do video parecem prová-lo.
sábado, 21 de dezembro de 2024
3X20 ESPECIAL 2024
+ 10 Low + 10 High 2024
Dizem que fazer listas reduz a ansiedade. Bem que precisamos...
20 Canções:
1. HURRAY FOR THE RIFF RAFF - The World Is Dangerous »»»
2. NICK CAVE & THE BAD SEEDS - Song of the Lake »»»
3. ADRIANNE LENKER - Ruined »»»
4. JESSICA PRATT - Better Hate »»»
5. CHROMEO - BTS »»»
6. JULIA HOLTER - Something in the Room She Moves »»»
7. RICHARD HAWLEY - Prism in Jeans »»»
8. WAXAHATCHEE - Right Back to It (feat. MJ Lenderman) »»«
9. EMPIRE OF THE SUN - Music On The Radio »»»
10. MC.GKEE - Candy »»»
11. BNNY - Something Blue »»«
12. FAT WHITE FAMILY - Visions of Pain »»»
13. AROOJ AFTAB - Whiskey »»«
14. BRITANY HOWARD - Every Color In Blue »»»
15. ELEPHANT9 - Party Among The Stars »»»
16. THE WOODENTOPS - Liquid Thinking »»»
17. LITLE WINGS - Green Grass of Spring »»»
18. BADBADNOTGOOD - Sétima Regra »»»
19. KHRUANGBIN - Pon Pón »»»
20. KACEY MUSGRAVES - Dinner with Friends »»»
20 Álbuns:
1. JESSICA PRATT - Here in the Pitch
2. HURRAY FOR THE RIFF RAFF - The Past Is Still Alive
3. BETH GIBBONS - Lives Outgrown
4. ELEPHANT9 - Mythical River
5. LAURA MARLING - Patterns in Repeat
6. FIONN REGAN - O Avalanche
7. HERMANOS GUTIERREZ - Sonido Cósmico
8. CASSANDRA JENKINS - My Light, My Destroyer
9. JAKE XERXES FUSSELL - When I'm Called
10. THE AMAZING - Piggies
11. BADBADNOTGOOD - Mid Spiral
12. NILUFER YANIA - My Method Actor
13. GEORDIE GREPP - The New Sound
14. NUBYA GARCIA - Odyssey
15. MK.GEE - Two Star & The Dream Police
16. RYUICHI SAKAMOTO - Opus
17. ISOBEL CAMPBELL - Bow To Love
18. HIGH LLAMAS - Hey Panda
19. GHOST FUNK ORCHESTRA - A Trip to the Moon
20. ANDREW COMBS - Dream Pictures
20 Concertos:
1. PULP, Primavera Sound Porto, 8 de Junho »»»
2. RICHARD HAWLEY, Teatro Salesianos, Vigo, 21 de Setembro »»»
3. KEVIN MORBY & ENSEMBLE DA ESMESPINHO, Auditório de Espinho, 24 de Novembro »»»
4. RYLEY WALKER, GNRation, Braga, 4 de Outubro »»»
5. PJ HARVEY, Primavera Sound Porto, 6 de Junho »»»
6. ARNALDO ANTUNES & VITOR ARAÚJO, Ponto C, Penafiel, 27 de Outubro »»»
7. PANDA BEAR, Plano B, Porto, 7 de Dezembro »»»
8. LUBOMYR MELNYK, Auditório de Espinho, 2 de Novembro »»»
9. BEACH FOSSILS, Festival Paredes de Coura, 16 de Agosto »»»
10. MOSES BOYD, Matosinhos em Jazz, 13 de Julho »»»
11. SOUNDWALK COLLECTIVE & PATTI SMITH, Theatro Circo, Braga, 24 de Março »»»
12. SCOTT MATTHEWS, Sala do Capítulo, Museu de Leira, 17 de Novembro »»»
13. JULIA JACKLIN, Teatro Jordão, Guimarães, 6 de Outubro »»»
14. JIM WHITE & MARISA ANDERSON, Claustro da CMBarcelos, 14 de Setembro »»»
15. CAT POWER SINGS BOB DYLAN, Festival Paredes de Coura, 16 de Agosto »»»
16. ALABASTER DEPLUME, GNRation, Braga, 2 de Março »»»
17. BILL MACKAY, Teatro Rivoli, Porto, 13 de Setembro »»»
18. KARA JACKSON, GNRation, Braga, 15 de Junho »»»
19. LAMBCHOP, Primavera Sound Porto, 7 de Junho »»»
20. ROBERT FORSTER, M.Ou.Co., Porto, 3 de Junho »»»
10 Low:
. o álbum que não saiu dos Três Tristes Tigres;
. o retorno do devil Trump;
. a ofensiva criminosa de Israel;
. a partida do imprescindível Paul Auster;
. a lição esquecida dos incêndios;
. o figurão Musk a lançar e a recolher a teia;
. a banhada do e no Primavera Sound Porto;
. o racismo e a xenofobia perfeitamente instalados;
. o "estoumecagandismo" da empresa Metro do Porto;
. a inacreditável facilidade para fugir de uma prisão portuguesa;
10 High:
. o convívio galego com Richard Hawley;
. o milagroso futebol feminino português;
. o "Opus" de Mr. Sakamoto venerado num grande ecrã;
. não uma, mas duas medalhas olímpicas de Iúri Leitão;
. as crónicas dominicais do Valter Hugo Mãe;
. a beleza embriagante do disco da Jessica Pratt;
. o "Coyote" e o novo imão "Sinais de Fumo" do Pedro Costa na Ant3na;
. a exposição "Para Ser Eterno Basta Ser Um Livro..." na Casa do Design;
. o portentoso Tadej Pogcar em cima de uma bicicleta;
. o mar de gente que ainda celebra a preciosa liberdade de Abril.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
(RE)LIDO #125
Inside and Outside The Go-Betweens
de Robert Forster. Londres; Omnibus Press, 2017
Os Go-Betweens foram a melhor banda dos anos oitenta e foram, por sinal, a mais desprezada. Quando em 1989 Robert Forster e Grant McLennan decidiram acabar com o projecto ao fim de seis álbuns de originais, restava entre os dois uma amizade inabalável que não impediu caminhos a solo. A separação implicou dores, desconfianças e receios, mas nunca rancores definitivos, não se estranhando que os dois tenham decidido reatar o grupo em 2000, gravando mais um excelente par de discos. A morte inesperada de McLennan em 2006 haveria, em definitivo, por fechar o pano dos Go-Betweens não sem que uma promessa fosse assumida por Forster - contar tudo do princípio ao fim, homenageando o amigo perdido e assumindo uma faceta de narrador de histórias ou crítico de música que a paixão superior pelo pop/rock sempre coartou.
O resultado, datado de 2017, mas de validade eterna, é este livro de reluzente narrativa e frenética cadência, funcionando como uma memória do rock de inquestionável perspicácia e talento que, desde o início, parece destinado a selar e cristalizar uma amizade, como muitas, de profundidade crescente. Foram três décadas de irmandade cúmplice, ainda que a aproximação entre ambos se tenha afigurado difícil - a relutância de McLennan em assumir um instrumento para tocar seria superada por uma estratégia, quiçá, literária de Forster ao fazer das líricas das primeiras canções um chamariz irresistível. Nick Cave haveria de topar essas letras, apelidando-o como o mais verdadeiro e estranho poeta da sua geração.
A clareza, a piada com que Forster nos aproxima a esses momentos de partilha, denotando uma rara franqueza e até uma desarmante ousadia, funciona como uma sequência cinematográfica sem intervalo que nos põe a reconstituir os cenários, os ambientes ou as expressões de dois personagens tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais e de que, por si só, a estadia primeira em Londres, vindos da Austrália, resultaria em argumento fílmico de imediata eficácia. A inconstância dos contratos com as editoras, a relutância em fazer alguns concertos e tournées, as parcerias e ajudas inesperadas, são assumidas como vitórias saborosas e não como pecadilhos profissionais de arrependimento, sinceridade que se espelha numa prosa de celebração contínua em que as canções são, e serão, o mais importante.
A digressão com Lloyd Cole, de que fomos testemunhas, aporta a única referência a Portugal, concretamente a um campo de golfe lisboeta para uma disputa com o próprio Cole apostada num backstage. Pena que uma anterior e atribulada estadia que trouxe os Go-Betweens a Lisboa e ao Porto em 1989 não mereça maior destaque, quando do quarteto faziam parte duas raparigas, uma delas, Amanda Brown, aceleradora de corações a que McLennan não resistiu na paixão. Quando no Passos Manuel em 2019 lhe fizemos a desafio, entre conversas de pós-concerto, para recordar esses tempos, Forster remeteu-nos para o livro que ainda não lhe tínhamos pedido para assinar. Quando o fizemos, logo percebeu que, ou a leitura foi mal feita ou ainda não tinha ocorrido, pois a resposta foi um simples "You'll get it!". Percebido, amigo!
Sempre que pretenderem fazer de um funeral uma impossível boa memória, o concelho é para que marquem e o aprendam nas últimas páginas deste magnífico livro, uma especial e sentida sequência festiva de homenagem a um amigo que foi, por dentro e por fora, como um verdadeiro irmão. Acreditem, o "I am a Believer" que o Neil Diamond escreveu para os The Monkees em 1966 nunca deverá ter soado tão perfeito!
KINGS OF LEON A BOM CAMINHO!
Fazendo por aqui um aparte, remoque aos organizadores do principal festival da Invicta que se realizará pela décima segunda vez na primavera e cientes que há bandas que já duplicaram ou triplicaram a presença no mesmo evento, lembramos que, para além dos KOL e só para citar alguns, Django Django, Alt-J, Artic Monkeys, Arcade Fire, LCD Soundsystem, The Black Keys, Jack White, Hot Chip, Phoenix, BADBADNOTGOOD, The Smile, Vampire Weekend ou The Strokes nunca tocaram no Parque da Cidade!
Por isso, a notícia que os KOL serão uns dos cabeças de cartaz do concorrente O Son do Camino, festival que acontece em Santiago de Compostela, precisamente, nos dias do Primavera Sound Porto, é mesmo uma atraente boa-nova, constituindo a oportunidade perfeita para colmatar a lacuna e um forte início de uma troca de galhardetes - se antes eram os espanhóis a vir ao Porto, adivinha-se que começará a acontecer o contrário.
A banda norte-americana fará, na ocasião, a apresentação do nobre disco "Can We Please Have Fun" de 2024, estando ainda por divulgar o dia, de quinta a sábado, em que ocorrerá a estreia galega. Os bilhetes diários, por isso, ainda não estão disponíveis, mas o abono completo está já à venda. Manteremos a atenção!
quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
DUETOS IMPROVÁVEIS #299
SUSANNA HOFFS & ELVIS COSTELLO
Connection (Jagger/Richards)
Keith Richards 81st birthday celebration,
Baroque Folk Records, E.U.A., Dezembro de 2024
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
PEARL CHARLES, RAÍNHA DO DESERTO!
O álbum terá edição em casa própria chamada Taurus Risng Records, com diferentes variações de capa entre os E.U.A. e a Europa, continente que têm na distribuição da Last Night From Glasgow uma série de pacotes e conjuntos coloridos em pré-encomenda.
O regresso aos originais mereceu já digressão britânica em Outubro, seguida, depois, pela California e na qual Charles também se assumiu como dj em vinil ao lado do marido Michael Rault, também ele músico e dj.
Uma noitada deste calibre seria bem-vinda, atendendo até ao inexplicável adiamento e, posterior, cancelamento de um concerto portuense ocorrido em 2021 e para o qual se preparavam os passos de dança e se começavam a limpar as lantejoulas e os espelhos...
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
LAST CHRISTMAS NO MERCADO 48!
O amigo Daniel Knox gravou uma versão do incontornável hit de George Michael em 2010 e que tem agora edição limitada em vinil quadrado transparente pronta para lançamento nessa tarde e noite. O artista fará um pequeno showcase ao piano. No mesmo single, que toca só de um lado, há uma surpresa chamada "Lost Christmas" e a capa, linda, é da autoria do Zé Carlos Moutinho. Aceitam-se encomendas online.
Lá estaremos a desempoeirar rodelas pequenas, algumas delas de feição natalícia ou espirituosa, mas prometemos não chatear com a Mariah Carey!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
AMANDA WHITING, ABRACINHO DE NATAL!
Se ainda não estão em "modo Natal" fazem bem. Para, aos poucos, entrarem na onda, que tem tanto de irritante como de fofinho, podem sintonizar um conjunto de peças que harpista maravilha Amanda Whiting decidiu gravar para o álbum "A Christmas Cwtch", o segundo no mesmo ano.
A estranha palavra significa abraço, mas também conforto ou segurança num dialecto galês, o que é fácil de sentir ao ouvir qualquer uma das catorze recriações de clássicos de Bill Evans, Tchaikovsky ou Vince Guaraldi. O conjunto, que devia ser obrigatório como música de fundo em qualquer loja com bom gosto, propaga-se pela magia da harpa e dos arranjos do restante trio de jazz numa fofura cozy e de capa schulziana.
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
PANDA BEAR, Plano B, Porto, 7 de Dezembro de 2024
O disco "Sinister Grift" que Noah Lennox aka Panda Bear prometeu para Fevereiro próximo tem digressão prévia em plena rodagem, tendo a circulação servido para encabeçar a comemoração dos dezoito anos do clube portuense. Uma sorte que, mesmo assim, não esgotou o pequeno espaço da cave...
Com direito a banda de quatro músicos, uma fórmula bem diferente daquela em que o vimos pela primeira vez ao vivo (tchhhh, 2007!) ou ao lado de Sonic Boom com que regressou ao Porto há dois anos, a noite haveria de confirmar a plenitude de uma receita multi-sonora de profundeza desconhecida e infinita, tendo o mergulho contemplado novos e velhos temas, sem que o tempo pareça que os separe.
A tudo se poderá chamar, simplesmente, pop, mas o patamar de psicadelismo que a rodeia é de uma fertilidade criativa de indisfarçável espanto e que só alguma pobreza da amplificação não permitiu alastrar ainda mais. A contínua acrobacia das canções, como que unidas por uma liquefacção instrumental, tanto sugere ser válida para ambientes nocturnos e madrugadores ou para fins-de tarde ao ar livre de brisa fresca, variação que caberia libertadora, imaginámos, num qualquer festival de verão apetitoso.
Tamanha reinvenção, seja onde for, deverá anunciar-se como irresistível e excepcional ou não fosse a arca deste Noah uma das mais antigas, das presentes e das futuras tábuas da salvação da música.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
LUCINDA WILLIAMS, A MANIA DOS BEATLES!
Não se estranha por isso que um disco chamado "Lucinda Williams Sings the Beatles From Abbey Road" tenha saído a semana passada, mais uma colecção, a sétima, de versões que a cantora de Nashville tem dedicado a bandas e artistas preferidos, um género de "jukebox series" iniciadas durante a pandemia e que já contemplou vénias a Bob Dylan, The Rolling Stones ou Tom Petty. Todas a funcionar como uma terapia curadora de um ataque cardíaco que nunca mais lhe permitiu tocar guitarra, mas que lhe manteve a força para continuar a compor, gravar e cantar.
Aquando de um série de concertos em Londres, a sugestão do marido para que o registo fosse nos Abbey Road Studios, local mítico donde os The Beatles emanaram a maior parte dos hits planetários, parecia tola. Certo é que ela se tornou uma das primeiras a gravar os Fab Four na casa, na sala de estar, dos Fab Four, sendo a maior dificuldade escolher que canções eleger entre os dois centos que os de Liverpool germinaram.
Doze era o número pré-definido e a melhor estratégia seria concentrar a seleccção no tal período inicial e de descoberta dos The Beatles, mas tornou-se irresistível e tentador estender a recriação a mais recentes fases, sendo por isso que o álbum contempla canções como "Something", "Let It Be", "While My Guitar Gently Weeps" ou "Yer Blues". Apesar de ouvidas milhares de vezes, Williams confessa a sua dificuldade em cantá-las. A classe, contudo, com que o faz é magistral e até surpreendente. Fab!
sábado, 7 de dezembro de 2024
PETER BRODERICK, UM MIMINHO!
Pois, não demorou nada para que surgissem novidades como é o caso do single digital "Mimi", com fotografia de capa do próprio e saído na Erased Tapes a meio da semana. A explicação, numa tradução informal, é dada pelo próprio:
"A família pediu-me para tocar violino no funeral da minha avó Mimi. Escrevi esta peça para a querida matriarca da nossa família. Para minha grande surpresa, quando o primo John Doran ouviu isso no funeral, ficou inspirado para escrever um acompanhamento de órgão. Enquanto isso, outra grande Mimi faleceu na mesma época – a voz angelical Mimi Parker dos Low. Aprendi a música deles "Laser Beam" e a minha irmã Heather Woods Broderick teve a gentileza de cantar em harmonia. Com essas duas músicas me curvo em homenagem às grandes Mimi’s perdidas deste mundo."
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
JAMES BLACKSHAW, DESVENDA-SE UMA MARAVILHA!
São três as peças compiladas, sendo o tema título um longo sobe e desce de vinte e sete minutos pleno de arpejos sinuosos, sugerindo momentos de improvisação e de uma prévia harmonia. Na sua maneira incontornável, mais um clássico!
Segue-se "Dexter", uma surpresa ambiental, já que é um orgão o instrumento principal escolhido, a que se juntam cordas de Charlotte Glasson, autora a meias da composição.
A trilogia completa-se com "Why Keep Still", sem dúvida, a peça mais tradicional e convencional onde às seis cordas da guitarra se faz ouvir um piano a fazer lembrar o trabalho que gravou com Lubomyr Melnyk em 2013.
O disco foi auto-produzido e é dedicado a John Hannon, produtor e violinista inglês falecido, repentinamente, em 2021. O desenho da capa é da autoria de Nicole M Boitos Hayhorth, habitual colaboradora de Blackshaw que também já desenhou para Michel Gira ou Neurosis.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
NICK DRAKE, FELIZ ANIMAÇÃO!
O gif de acima, em que ele nos pisca o olho, é já, nos nossos dias, arqueologia digital, pois a imparável inteligência artificial tende a fazer milagres como estes três de abaixo que animam, de forma competente, fotografias clássicas do cantautor inglês. Todos, sem excepção, nos fazem sorrir...
KEATON HENSON, DESALENTO NATALÍCIO!
No seu jeito solitário e até amargurado, Keaton Henson gravou uma canção de Natal sem ser de Natal, apesar do título. Letra sombria, miserabilista e nada festiva, talvez a intenção seja alertar para os efeitos perversos da época que se aproxima, onde algum desalento pode, mesmo assim, ser revertido. Não deixa, no entanto, de ser uma grande canção, mais uma!
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
TUNNG, VINTE ANOS DE RODAGEM!
Os vinte anos do disco "This is Tunng... Mother's Daughter and Other Songs", a estreia dos londrinos Tunng, terá comemoração já em Janeiro com um novo trabalho de originais, o oitavo, saídos da intuição de Mike Lindsay, fundador da banda.
Em "Love You All Over Again" mantêm-se a veia folk algo futurista que sempre envolveu os Tunng e de que o último álbum, mesmo em regime pandémico, era esclarecedor. É, pois, nessa fusão de géneros de receita antiga que está assente uma variedade feliz e moderna mesmo que, de propósito, se tenha reavivado a memória sonora na validade dois primeiros álbuns. Fecha-se, assim, um círculo, mantêm-se a energia rotativa. Tunng(a)!
PETER BRODERICK plays ARTHUR RUSSELL, Auditório de Serralves, Porto, 30 de Novembro de 2024
Passaram mais de seis anos sobre uma aparição de Peter Broderick por Espinho onde, surpresa, tocou a solo dois temas de Arthur Russell (1951-1992), na altura, uma recente descoberta que se traduziu em paixão eterna quando lhe foi dada a possibilidade de vasculhar e restaurar, no ano anterior, os arquivos sonoros do músico vanguardista norte-americano. No mesmo ano saiu um álbum inteiro de versões, feito com a ajuda de amigos e cúmplices, a prova inequívoca de que o envolvimento se iria esticar a outros projectos e de que é exemplar o mais recente "Give It To The Sky", onde explora com um conjunto de cordas uma épica peça minimalista.
Um concerto inteiro com a reprodução dessas variações era a inédita proposta de museu portuense, o que levou ao seu auditório uma alargada e quase esgotada plateia imbuída de curiosidade suficiente para o teste. A prova, que estava acordada desde 2020 mas que demorou quatro anos a ser marcada em definitivo, foi superada com distinção e aprovação, ou não fossem os dotes deste multi-instrumentista de um nível e classes superiores, uma capacidade há muito comprovada em nome próprio pela destreza no piano, violino, guitarra ou em acessórios digitais seleccionados a preceito.
Em forma robusta, Broderick teve também na voz um indispensável amparo de adaptação perfeita à variedade de estilos que Russell percorreu e imprimiu às suas canções, do folk à new wave, passando até pelo disco. Desse caldeirão de estilos e segmentos, que tanto surpreendem pela beleza ao piano da balada "You Are My Love", pela veia folk-country de "Close My Eyes" ou no mistério-pop de "Losing My Taste For The Nightlife", emergiu uma vibração contínua e sem embaraços, resultado de uma repetida prática em que Broderick as deu, milagrosamente, a ouvir.
A partilha, que teve em Serralves uma última oportunidade de fruição completa, prolongada desde 2017 num mergulho contínuo, será, pois, motivo inspirativo mais que superlativo para, na certa, acrescentar ao seu já notável songbook mais uma série de temas e composições de que vamos ficar, com entusiasmo, à espera. E, não, não será preciso esperar durante quatro anos...
sábado, 30 de novembro de 2024
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
DUETOS IMPROVÁVEIS #298
PARCELS & MARO
Leaveyourlove (Parcels/Maro)
EP "Leaveyourlove", Because Music,
Inglaterra, Novembro de 2024
KEVIN MORBY & ENSEMBLE DA ESCOLA PROFISSIONAL DE MÚSICA DE ESPINHO, Auditório de Espinho, 24 de Novembro de 2024
A relação de Kevin Morby com o nosso país é, manifestamente, uma benção. Desde há muito, Morby fez de Portugal fonte de inspiração e sucesso ao lado de companheiros de banda ou (quase) sozinho em palcos de Lisboa, Braga, Porto e Espinho, cidade onde há oito anos pegou fogo ao auditório da academia musical.
Merecia, por isso, que fosse a Costa Verde a duplicar (Domingo e Segunda-feira) uma série de seis concertos que percorreu o país de Faro até Viseu em parceria com a Escola Profissional de Música, permitindo uma abordagem inédita e cativante às suas canções.
A versão orquestral nunca experimentada pelo artista e, por isso, sem precedentes comparativos, demonstrou ser uma agradável e estrelar variação que só um conjunto de cordas permite engrandecer numa harmonia plural e que até se pode, primeiro, estranhar, mas que depois se embrenhou, naturalmente e saltitante, na perfeição.
A experiência sonora teve no ensemble da escola um contributo notável, certamente, motivador e compensador para os seus jovens músicos, confirmando que isto do rock ou do erudito quando se cruzam tanto nos levam, livres e bem alto, em viagens de planador ("Drunk and on a Star" ou "Five Easy Pieces") ou carrossel ("This Is A Photograph" ou "I Have Been to the Mountain").
Morby desfiou, a solo, uma outra série de clássicos ("Sundowner", "Piss River" ou "Beautiful Strangers"), mas torna-se obrigatório nomear a versão de "Texas When You Go" de John Callahan, momento já no encore de magia inesperada, quando o tema foi (bem) interrompido, perante a gargalhada geral, por género de suspiro de menino ou menina, talvez, entediado ou a acordar de um sono... Na mouche e a que Morby não resistiu na aprovação e inevitável riso!
Ainda haveria tempo, todavia, para uma nova canção ("Natural Disaster"?) e para a imbatível "Harlem River", como sempre, poderosa e, ali, rejuvenescida numa motricidade tão límpida e distinta que só foi pena não se ter alongado ainda mais uns bons e extraordinários minutos. Não se pode ter tudo, mas o que nos foi dado a ouvir e sentir já foi muito, delicioso e de excelência!
terça-feira, 26 de novembro de 2024
VASHTI BUNYAN, ELA CUIDA DE NÓS!
Entusiasmada, Vashti dedicou-se a compor novas canções que acabaram em "Lookaftering", um segundo e milagroso álbum recebido de braços abertos em 2005 por uma legião de jovens admiradores, e que agora se comemora com a edição de um versão expansiva que traz a inclusão de uma série de dez demos dos temas e uma versão ao vivo de um deles ("Lately") obtido num concerto de "regresso" em Los Angeles no ano seguinte. Cabe ainda no embrulho um livro com uma série de fotografias e de palavras da própria, do produtor Max Richter e de devotos fãs como Devendra Banhart e do editor Dave Howell, a que se acrescenta uma pequena colecção de pinturas de Whyn Lewis, filha de Bunyan.
As demos foram registadas em casa no período de 2000-2005 com a ajuda de uma guitarra acústica e de uma outra eléctrica, experimentando no sintetizador uma série de instrumentos como o acordeão ou o piano. As notas que a artista fez a cada um deles e da transformação que sofreram até à versão final, onde colaboraram, orgulhosos, o já referido Banhart, Johanna Newson, Robert Kirby e músicos dos Vetiver, permitem concluir do ambiente familiar então criado, uma comunidade excepcional que envolveu o projecto de uma subtileza e preciosidade únicas.
O lançamento previsto para Fevereiro de 2005 desta maravilha pela FatCat antecipa os oitenta anos de Vashti Bunyan que se comemoram no mês seguinte, mantendo-se o lindíssimo design de Dave Thomas, um senhor-artista que trabalhou a imagem de capa do disco e ainda do seguinte, "Heartleap", saído em 2014.
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
FAROL #156
Em dia de memória-vida e confirmando que a música de Nick Drake não tem fronteiras nem idade, aqui fica o caminho para uma colectânea antiga e gratuita de versões com reduto em Istambul, Turquia, que merece atenção, audição e fruição. Teşekkürler!
NICK DRAKE, GÉNIO QUE DÁ VIDA!
São já várias as homenagens prestadas pela imprensa, quer em inglês ou espanhol e até em português, todas elogiosas e sinceras, todas, ainda e sempre, tardias. Imaginar, por isso, o que seria Nick Drake vivo nos nossos dias é de uma angústia infindável. Bastaria, contudo, esta única canção para o perpetuar e amar. Obrigado, amigo, pela semente de vida!
sábado, 23 de novembro de 2024
LEGO, É TÃO GIRO!
Com o regresso da maluqueira, sem idades, da LEGO e depois de um gramofone ou de propostas incríveis para o fabrico de um Technics 1200 MK2, a marca dinamarquesa irá lançar durante o fim de semana da sexta feira negra uma versão oficial e retro de um gira-discos!
Destinada a miúdos com doze ou mais anos, a novidade está fazer furor não na miudagem, mas, claro, numa certa comunidade cota de nostálgicos e apanhados desde sempre pela marca mítica de brinquedos de montar e desmontar. A coisa está a aquecer ou não estivesse o acesso de aquisição rodeado de muitas dúvidas, embora se forem uns tais de Lego Insiders e gastarem acima de 250 dólares, o gira-discos é vosso!
Mesmo assim, não se deixem enganar pela fotografia de acima, já que o tamanho da peça parece que é mesmo minorca. Para gastar esse dinheiro, será sempre melhor comprar um mesmo a sério, daqueles que tocam discos de vinil... como este!
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
DANIEL KNOX, SOCORRO TARDIO!
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Foto: Município de Setubal |
MARK EITZEL, EM ABRIL CORDAS MIL!
Dez anos após a passagem por Espinho, repetida três anos depois, ambas com uma banda de apoio, o regresso de Mark Eitzel acontece já no dia 4 de Abril de 2025, sexta-feira, ao Auditório de Espinho na companhia de um octeto de cordas da respectiva Escola Profissional de Música e do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga.
Estão também agendados espectáculos idênticos para a Culturgest de Lisboa (2 de Abril) e Theatro Circo de Braga (5 de Abril). Eia... e a "coisa" deverá soar, maravilhosamente, como algo parecido com isto:
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
SCOTT MATTHEWS, Sala do Capítulo, Museu de Leiria, 17 de Novembro de 2024
Aproveitando a comemoração dos cento e sete anos do Museu de Leiria, abriu-se a porta da Sala do Capítulo do antigo Convento de Santo Agostinho a Scott Matthews, não para uma assembleia de condomínio do extinto mosteiro, mas para um reencontro de amigos, de novos amigos ou de simples e curiosos ouvintes. O convívio, como é frequente sempre que o inglês regressa, haveria de mostra-se abundante em boa disposição e partilha de habilidades, revalidando a linhagem de um conjunto de canções singulares.
Sem novo álbum e, aparentemente, sem novos temas, o percurso de final de tarde fez-se de um apanhado de doze das muitas pérolas que Matthews vem gravando desde 2006 e que se encontram dispersas em sete discos de originais. O tempo tratou de as fazer ramificar num tronco comum que tem na distinção da composição um caso inexplicável de subestimação a merecer estudo e que faz, continuamente, com que as canções sejam motivo de adoração para os muitos que nunca as tinham escutado.
Em dois momentos, Matthews escolheu deixar o palco para, sem amplificação, pôr à prova esses atributos de encantador e logo em algum do seu melhor cancioneiro - "Home & Dry" e "Elusive", lado a lado com o público surpreendido, tiveram nas paredes quinhentistas um eco e um retorno de absoluta perfeição e de que talvez se acabe por obter cópia audível em (novo?) disco ao vivo.
De Vila Real de Santo António, à Guarda ou Portalegre, passando por Arcos de Valdevez, Ponte de Lima ou São João da Madeira, há que continuar a insistir em levar esta música e esta dádiva ao país inteiro, confirmando a fortuna que constitui a proximidade e a cumplicidade que se obtém e multiplica pela sua simples escuta e fruição. Não há, pois, desculpa para que estas visitas não sejam programadas num género de camaradagem anual, com ou sem microfones, com ou sem feeddbacks, com ou sem guitarras emprestadas, com ou sem reclamações de falhas nos alinhamentos (já agora, faltou o "Wait in The Car").
Cá te esperamos, Scott, de braços abertos nem que seja só para te congratular mais uma vez ou cantar os parabéns cinquentenários que se aproximam!
ADRIANNE LENKER, EXTRA EXTRA!
A tradição que os Big Thief não esqueceram mantêm-se, assim, activa e, no nosso caso, de adesão obrigatória, o que poderá ser concretizado no Porto na loja Louie Louie, uma das que aderiu em boa hora à campanha.
terça-feira, 19 de novembro de 2024
THE DELINES, SORTE E RUÍNA!
Romântico, mas não trôpego, ainda nos sobra fôlego para mais uma porção de cinematografia sonora que envolve, desta vez, a história de Mr. Luck, um criminoso fracassado e Ms. Doom, uma empregada de limpeza depressiva, parelha apaixonada mas em fuga e confronto contínuos e de que o primeiro single "Left Hook Like Frazier" é modelar.
O registo dos temas decorreu no Bocce Studios de Vancouver, Washington, ao longo de 2023 e 2024 com a ajuda imprescindível de John Morgab Askew, um conjunto que se assume como o mais comercial que a banda gravou até à data. Ummmm... em Fevereiro tiram-se todas as dúvidas, mas há já pré-encomendas limitadas.
ANGEL OLSEN, ONDAS CÓSMICAS!
Uma primeira dessas liberdades foi o EP de versões eighties "Aisles" saído de surpresa em 2020 e uma segunda ganhará em breve visibilidade definitiva - "Cosmic Waves Volume 1", um género de compilação imaginada por Olsen e que coloca em diálogo canções originais de artistas algo obscuros, a saber, Poppy Jean Crawford, Coffin Prick, Sarah Grace White, Camp Saint Helen e Maxim Ludwig, e versões de Olsen para algumas delas. Dia 6 de Dezembro, data de edição do disco, há concerto marcado para o In The Meantime de Los Angeles com a presença de alguns deles e de outros convidados.
Como primeiro vaga cósmica pode ouvir-se "Glamorous" de Poppy Jean Crawford e uma versão de "The Takeover", tema de Crawford a que Olsen reduziu na acústica mas que fez crescer no mistério.
BRANDEE YOUNGER, Auditório de Espinho, 16 de Novembro de 2024
Na história do jazz, a harpa acumula uma tradição singular e, muitas vezes, exclusiva que tem nos nomes de Alice Coltrane ou Dorothy Ashby uma impressionante tradição e misticismo. Para qualquer aspirante a fazer desse instrumento antigo um recurso musical de eleição, essas são referências obrigatórias que, no feminino, ganham rapidamente um enlevo mágico e de que Amanda Whiting ou Brandee Younger são dois dos melhores exemplos contemporâneos. O serão de sábado passado não deixou dúvidas quanto ao encanto desse património e da sua sustentabilidade vindoura.
Com a ajuda, e que ajuda, de Rashaan Carter no baixo e contrabaixo e de Allan Mednard na bateria, Younger fez do alinhamento uma homenagem a esse legado com uma versão de "Blue Nile" de Coltrane (uma recente história levou Younger a ter a primazia de manejar a harpa restaurada da artista) e uma outra de "If It's Magical" de Stevie Wonder, tema onde brilhará eternamente o arranjo que Ashby criou para a melodia e lírica de Wonder. Tocante.
Entre originais ("Unrest" ou "Spirit U Will), flutuaram ondulantes, quer no início, a meio e no final, três peças inéditas, recentes composições de subtil acento, mas que se fortaleceram numa fusão clássica e inebriante de bateria e baixo. A aposta faz adivinhar uma delicadeza talvez mais depurada que um próximo álbum acabará por, possivelmente, confirmar e que nunca, afinal, deixou de existir disfarçada nos mais recentes discos.
A versão de Marvin Gaye ("I Want You") com que regressou para o único encore foi só mais uma dádiva inesperada, embrulhada de elegância e vibração, de um serão reconfortante que, como alguém traduziu entre fortes aplausos, se pode resumir a um bom adágio português - o que é bom passa depressa!
(Actualização, 7 Dezembro 2024: video removido a pedido da artista)
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